UM CEARÁ DE LUZ OU DE CRUZES?


UM CEARÁ DE LUZ OU DE CRUZES?

Autor: Francisco Sérgio da Silva Evangelista – Pós Graduado em Políticas e Gestão em Segurança Pública – Especialista em Policiamento Comunitário e Subinspetor da Guarda Municipal de Fortaleza.


É um Ceará visto de cima e de vida real, com a sua capital de luz, humor e de encanto. No entanto, no cotidiano ou na vida real, o Ceará é visto como um dos estados brasileiros mais violento, que faz o cidadão cearense ficar desencantado e sem humor, pois ocupamos as primeiras posições dos rankings das pesquisas de violência e de criminalidade. Os números são de encher cemitérios, principalmente, de jovens negros, pobres e moradores de periferia. Em 2013, o Ceará teve a terceira maior taxa de homicídios entre adolescentes de 16 e 17 anos, em números absolutos foram 373 adolescentes assassinados e no ranking das cidades, Fortaleza apareceu com a primeira com maior taxa de assassinatos nesta faixa etária, em números absolutos foram 239 adolescentes mortos. Em 2014, o Ceará foi o estado com a maior taxa de homicídios 47,21 por 100 000 habitantes. Em números absolutos, foram registrados 4.144 assassinatos, elevando o Estado como o mais violento do País. Em 2015, os registros também não são animadores, pois segundo o Ministério da Justiça, de janeiro a outubro, foram mais de três mil assassinatos.  A nossa capital de luz, humor e de encanto, foi tida em 2014 como uma das cidades mais violenta do mundo e no ranking nacional Fortaleza aparece no topo do ranking de crimes violentos em razão principalmente do número de homicídios. A cidade teve o maior número absoluto de assassinatos do país 1.989 e, consequentemente, a maior taxa 77,3 a cada 100 mil. E em 2015, a nossa encantada capital da luz e do sol enfrentou as mesmas mazelas de 2014, com assassinatos a luz do dia e com chacinas nas abandonadas periferias. Em vida real, o Ceará possui um policial militar para cada 551 habitantes e um policial civil para 3.408 pessoas. O Ceará foi o quarto Estado do País com menor investimento em segurança. Ao todo, foram aplicados R$ 192,19 milhões na área em 2014. O Estado é o quinto do País com o menor número de PMs por habitante e o terceiro do Nordeste e pra completar, o número de policiais mortos em 2015 superou o do ano passado, quando foram 12 assassinados.  Sem luz e com muitas cruzes, os feminicídios no Ceará aumentaram 140,8 % em uma década (2003-2013), segundo o Mapa da Violência 2015 - Homicídios de Mulheres, produzida pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). O Estado é o quinto mais violento do Brasil para a população feminina e o terceiro do Nordeste. Nesse ranking, a capital cearense aparece em quarto lugar, com taxa de 10,4 assassinatos a cada 100 mil mulheres. Em 2014, de acordo com o Observatório da Violência Contra a Mulher, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), a taxa de homicídios foi maior que no ano de 2013. Mais de 266 mulheres foram assassinadas em todo o Ceará em 2014, o número superou a marca do ano de 2013, em que 214 mulheres perderam a vida.
Hoje, os Cearenses parecem estar anestesiados para os problemas do cotidiano, os cidadãos foram paralisados coletivamente, principalmente, aqueles menos esclarecidos politicamente e socialmente, são enganados facilmente como se engana uma criança com uma bala de açúcar, para estes cidadãos são oferecidos festas populares ao ar livre, natal de luz em praças, bolsa família, participam de sorteio para adquirirem direitos fundamentais como; uma casa, uma vaga na creche do bairro, isto é, quando tem uma, ficam nas filas invisíveis a espera de um exame ou uma consulta, ficam nas filas até uma semana para conseguir uma vaga na escola pública de qualidade, que são raras. Enfim, para essa população, fica um pequeno trecho da música de Raul Seixas “com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”, de fato, com tantos números negativos a respeito da violência e da criminalidade no Ceará e na Capital, estamos mesmo correndo risco de vida. Precisamos acordar desta anestesia, temos que aprender a cobrar dos nossos representantes projetos reais e políticas públicas focadas para diminuir a sensação de insegurança, chegam de promessas políticas, a comunidade precisa participar mais da política local e nacional, precisamos lotar as galerias das nossas câmeras municipais e das assembleias estaduais para juntos discutir o melhor para a sociedade.
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