R E S E N H A


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Autor: Francisco Sérgio da Silva Evangelista


Graduado e Pós Graduado respectivamente; em Matemática e Especialista em Políticas e Gestão em Segurança Pública.


 Artigo “O processo de gestão da segurança municipal”, da pesquisadora Miriam Guindani. 
 

Este artigo destaca a importância dos municípios na execução das políticas de segurança pública no Brasil. Antes da CF/88 as constituições federais não contavam com o município como parte integrante da federação, logo a segurança do cidadão passava longe das administrações municipais, sendo que era de responsabilidade estadual e federal. Só então a partir da CF/88 obtém-se uma harmoniosa união entre Estados e Municípios passando a atribuição dos três poderes republicanos (Executivo, Legislativo e Judiciário). Vale ressaltar a importância dos municípios capacitarem seus profissionais utilizando ferramentas e instrumentos capazes de disponibilizar informações atualizadas sobre o território municipal proporcionando maior segurança nas tomadas das decisões, no cumprimento dos objetivos e das metas estabelecidas pela a administração municipal, sobretudo, na área da prevenção situacional do crime, prevenção social e da criminalidade urbana que deve envolver o fortalecimento das comunidades locais. Destaca ainda o cuidado ao atribuir aos municípios brasileiros tais competências, principalmente as atribuições quanto ao papel das Guardas Municipais que são matéria de emenda constitucional. Segundo a autora a municipalização da segurança pública deve estar orientada por diretrizes, conceitos e prioridade respeitando atual Constituição Federal e os tratados internacionais dos direitos humanos, priorizando a vida e integridade física de qualquer indivíduo.
No Brasil, na década de 90 começaram a surgir as primeiras iniciativas de alguns municípios e regiões metropolitanas visando na formulação e execução de políticas locais de prevenção do crime e da violência. Segundo a autora, as elevações das taxas de criminalidade e a generalização da sensação coletiva de insegurança nos principais centros urbanos são alguns dos fatores destacados que contribuíram para que os prefeitos reinterpretassem suas concepções e limite sobre a segurança pública nos municípios, demanda dirigida pelos eleitores aos candidatos nas últimas eleições passou a ver com bons olhos a divulgação e o conseqüente acesso da opinião pública; as experiências internacionais positivas que conseguiram reverter e conter altos índices de criminalidade, servindo de influência e inspiração para alguns gestores municipais. Várias prefeituras começarão a apresentar soluções aos problemas de suas cidades, prestando serviços as comunidades locais em parceria com a sociedade civil e o policiamento comunitário, alguns projetos se tornaram referência nacional e fizeram parcerias entre universidades e prefeituras investindo na formação dos profissionais que atuam na área da segurança pública e violência urbana.
Algumas prefeituras optaram pela criação de uma secretaria específica de segurança municipal sem necessariamente possuírem guardas municipais. Outras reformaram suas guardas radicalmente armando-as e ainda outras que investiram em programas multissetoriais de prevenção da criminalidade e mantiveram suas guardas desarmadas. Há ainda as que apostaram em conselhos municipais de segurança e contratos locais de gestão.  Fatores têm dificultado o avanço sustentado de políticas municipais de segurança pública, como: a fragilidade conceitual e a escassez de quadros capacitados para a gestão de uma guarda municipal cidadã. Do ponto de vista institucional e doutrinário, é fundamental e viável, a revisão de responsabilidade e a adoção de canais de cooperação entre as unidades federativas e os municípios, sem o descumprimento do que está constitucionalmente previsto. Um longo percurso precisa ser trilhado pra que as administrações municipais credenciem-se a celebrar contratos locais de gestão de uma segurança municipal efetiva, criando um sistema integrado de ações, informações e formação profissional. Esse sistema é uma ferramenta de gerenciamento das várias políticas horizontais, verticais e transversais de prevenção da criminalidade e violência, eliminando qualquer exclusão e maximizando a expansão da cidadania, promovendo o respeito, a dignidade humana e a solidariedade, reduzindo a injustiça estrutural e a promoção do desenvolvimento econômico social em bases crescentemente democráticas.
Os gestores municipais devem ser capazes de: definir prioridades, identificar alvos e elaborar planos de ação, influenciar as decisões e as políticas das organizações relevantes, estimular e manter parcerias comunitárias, analisar dinâmicas criminais entre outras, com integração integral entre os gestores e operadores dos serviços de segurança pública (Guarda Municipal, Polícia Militar e Civil) e dos serviços sociais (agentes de saúde, educadores, assistentes sociais e conselheiros tutelares).
Concordo com a autora sobre a importância da municipalização da segurança pública no nosso país, só assim, construiremos: uma valorização pela paz, uma segurança cidadã, uma democracia legal, respeitando e fazendo cumprir os direitos humanos, reduzindo as desigualdades sociais e no acesso a justiça, valorizando os profissionais da segurança pública e principalmente valorizando a vida e a prevenção da violência. Só a união de todos, criaremos uma segurança pública de qualidade.

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